segunda-feira, 4 de agosto de 2014

ler livros, ser crente e tal.


vou escrever devagarinho com espaço entre as palavras q é pra ler devagar.
n é conceitual. só meio didático.


tem Deus
tem eu
tem um livro que ele deixou.
só livro.

ele podia ter deixado slides.
podia ter deixado um garoto de recados.
podia ter deixado um filminho.
podia ter deixado uma frase de efeito, uma caixinha de promessas, um cachorro falante, um pastor barbudo, um henry cristo, mas ele escolheu 1 livro. vários livros. uma biblioteca com livros cheios de narrativa. de ficção, de figura de linguagem, de realidade, de biografia, de poema e poesia, de carta, de prosa. de períodos da vida de pessoas, de vida de pessoas.

q n tem NADA de autoajuda. nadinha.

frito todo dia lendo incongruências de quem lê esse livro como quem lê bula de remédio, com gente pinçando palavra, frase, sentença, louco pra cobrar de Jesus explicações. uma fritação no meu cérebro com gente que não lê uma palavra desse livro e quer saber sobre quem é Deus e pq ele fica fazendo essas coisas que ele faz.

frito com quem só sabe ler esse livro - sem ter familiaridade nenhuma com nenhum dos tipos de texto q a gente leu agorinha. nem carta, nem poesia, nem ficção, nem narrativa nenhuma - e quer saber sobre o papel dele na vida, no mundo, sei lá.

talvez se a gente tivesse mais intimidade com o estilo de narrativa a confusão fosse menor.
eu não sei.
não sei ler direito. ninguém sabe e nem precisa.
a gente só precisa ler.
ler mais.
ler mais ficção.
ler mais narrativa.
ler mais sobre a gente mesmo pra ler sobre a nossa história com ele.
levar à sério as histórias, as ficções, as narrativas, as palavras, pq Deus não faz palhaçada, bobeirice à toa pra matar tempo.
se ele fez tudo via palavra, criou coisas com palavra, é Deus através da palavra, todo rito, contrato, aliança entre nós ele acontece através da palavra essa coisa de palavra deve ter alguma importância, já pensou?

aí é interessante observar como as coisas são construídas aí com essas palavras. nunca é instrução e manual. é sempre poesia, sempre prosa, sempre ludismo, sempre construção arte, sabe como?

daí a gente fica lendo essas coisas técnicas, se entupindo de gente explicando coisa pra gente que dava pra descobrir sozinho se exercitasse a habilidade no território da leitura.

entender que todas as belezas só podem vir de quem inventou a beleza. ainda que ela não seja panfletária.
não existe nenhum interesse da parte de Deus na ignorância, na alienação, no afastamento dos enlevos loucos e legais que a gente pode sentir com a leitura de livros de literatura.

não entendo pq líderes em igrejas não incentivam a leitura de outros livros de literatura para muuuito além desses de autoajuda e espiritualidade. não entendo pq não tem biblioteca com literatura do tipo ficção pro pessoal ler.
acho mesmo que as pessoas vão ficando meio tongas pra entender abstrações se tudo o que elas lêem é livro com tópico e número dizendo como é que tem que viver.
tá uma bela duma bosta esse texto de opinião todo escangalhado. mas tá claro. aí é o q já tá valendo no dia de hoje.



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

minha sina e ser só eu, meu castigo é dar risada
meu crime foi ser pentelha, agora eu não tenho nada
quem me livra do buraco que eu cavei?
quem me tira do pixe em que eu to presa?
agora eu vivo de entretenimento
pra quem acha que eu só posso ser feliz

um abraço é um negócio muito caro
ser feliz é quase a nova lei da vida
tudo o que eu queria agora era um soco
e o direito de poder ser deprimida

pq a vida é uma bosta mole e feia
mas também tem coisas muito bonitinhas
só que as vezes eu só quero dar um tiro
dentro da minha boca e encontrar com Deus.





domingo, 9 de fevereiro de 2014

procuro na busca do computador um remédio que me deixe mal
mal da cabeça e do coração
pq aí dá pra pedir socorro sem medo
de ser julgado são

o mundo é uma brincadeira
a vida uma mentirinha
o destino é um fanfarrão
e tudo que eu queria era um presente de natal

aí eu vi que a humanidade é toda feita de gente maluca
que pensa que dinheiro é amizade
e pensa que fotografia é vida
tudo isso eu percebi por não ganhar meu presente de natal

esse é um poema sujo
da sujeira da minha pele que é morena
e ser moreno no sul é ser exótico
pq todo mundo tem medo de moreno
só se você for mulher que não

o mundo é uma brincadeira
a vida é uma mentirinha
o destino é um fanfarrão
e tudo que eu queria era um presente de natal

as pessoas julgam mal os suicidas
eles só estão cansados
se você soubesse dessa trama toda
também se cansaria de explicar.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A Vida Pessoal

A vida pessoal é a vida da pessoa.
Deve ser uma categoria da vida do sujeito em que um outro indivíduo vá precisar de algum trabalho pra participar, meter o bedelho, como dizem.
a minha vida pessoal é uma coisa confusa. Porque o que eu canto é tudo pessoal. Mas agora não é mais. Porque tem gente que escuta e compra o cd e baixa na internet, pq eu faço parte de um grupo musical. Então uma parte da minha vida pessoal virou profissional.
Mas ainda são pessoalidades. Assuntos pessoais da minha pessoa. Só que tá tudo no profissional pq agora é uma música e você pode interpretar como quiser. Não precisa ficar sabendo da minha vida, né?

O problema maior é que a pessoa que ouve volta e meia confunde tudo e acha que o profissional é que ficou pessoal, e não o contrário. Aí tem aquela galera que sabe do seu humor, da sua opinião política, do aniversário da sua mãe e cobra respostas e atenções como uma comadre ciumenta.

Pra abrandar essas confusões eu fiz esse blog aqui pq estão dizendo por aí q é um jeito profissional de colocar a vida pessoal de um jeito que pouca gente tenha a chance de meter o bedelho.

Muito bem. Estou profissionalizando alguma categoria q eu escolher aí da minha vida pessoal pra poder colocar aqui sem desenvolver uma úlcera nervosa. Pq lugar de discurso não é em diário, não é mesmo? é no mundo. Mas não é debate. É discurso. Sem democracia nem réplica.

Que maravilha. Profissionalização da vida pessoal. Quase um módulo da Microcamp.